Sejam bem-vindos a mais um artigo do nosso blog Cobalto, a destilaria que verossimilmente produz os melhores gins do mundo.

Vamos falar de apenas um botânico, e como não poderia deixar de ser, vamos falar sobre o principal botânico do gin: o Zimbro. O próprio nome Gin é derivado do francês genièvre ou do holandês jenever, que significa Zimbro.

Zimbro | Juniper
Bagas de Zimbro

Estas bagas de cor escura e sabor amargo são definitivamente a essência do gin e contribuem em grande percentagem para o sabor desta bebida. Como um amigo da Cobalto diz muitas vezes o gin é “álcool amargo”. Isto porque o Zimbro dá uns toques de sabor amargo ao gin, o que faz com que se diferencie de outras bebidas destiladas. Este botânico é conhecido por transmitir uma nota de pinho no gin, embora também possa parecer resinoso, herbáceo e até fazer com que o gin fique baço na cor devido aos óleos que este liberta na infusão.

O Zimbro é o único botânico que todos os gins têm em comum. Pela lei mundial de bebidas alcoólicas é obrigatório que as bagas de Zimbro estejam presentes e perceptíveis nesta bebida espirituosa.

Qual é a origem das bagas de Zimbro?

De acordo com alguns estudos, entre 50 e 67 espécies de Zimbro estão amplamente distribuídas em todo o hemisfério norte, do Ártico, ao sul da África tropical, de Ziarat, Paquistão ao leste do Tibete oriental no Velho Mundo, e nas montanhas da América Central.  Muito do Zimbro usado para o se inserir no gin é cultivado na Itália, especialmente nas regiões de Toscana e Umbria.

A Juniperus é uma árvore perene ou arbusto da família Cypress, cujas características são as “folhas” de agulhas semelhantes a pinheiros e as folhas escamosas semelhantes a Leylandii. O Juniperus Communis é um tipo de arbusto que se caracteriza por ter folhas semelhantes a agulhas. As bagas de Zimbro levam cerca de 18 meses para amadurecer. Inicialmente, apresentam cor verde, mas com o processo de amadurecimento transformam-se numa cor azulada escura, roxa ou castanha-escura.

Utilização das bagas de Zimbro ao longo da história

O Zimbro é, geralmente, mais conhecido pelas suas propriedades gastronómicas, medicinais e rituais. O primeiro uso medicinal registado de bagas de Zimbro, está escrito num papiro egípcio que remonta a 1500 AC, sobre uma receita para curar uma infestação de ténias. Os romanos também usavam as bagas para a purificação e doenças de estômago, enquanto o famoso ervanário medieval Culpepper recomendavao uso de Zimbro para uma ampla variedade de tratamentos. As Bagas de Zimbro também foram encontradas em túmulos egípcios antigos, incluindo Juniperus Phoenicia e Juniperus Oxycedrus em vários locais. Este último tipo de Zimbro não é conhecido por crescer no Egito, nem o Juniperus Excelsa, que foi encontrado no túmulo de Tutancámon. Uma das explicações para estas descobertas é que as bagas foram importadas da Grécia ou Egito.

Supostamente, os gregos usavam bagas de Zimbro em muitos dos seus eventos olímpicos por acreditarem que as bagas aumentavam a resistência física dos atletas. As substâncias químicas das bagas também estimulam a contração dos músculos do útero e podem ser administradas durante o trabalho de parto. Essas propriedades foram usadas para terminar uma gravidez indesejada na Idade Média, e a frase usada em Lothian de dar à luz “sob a árvore savin” (um nome antigo para Zimbro) era um eufemismo para aborto induzido por Zimbro.

De um ponto de vista mais orientado para o gin e bebidas destiladas, no século XIX os arbustos de Zimbro das Terras Altas eram prolíferos o suficiente para que seus frutos fossem recolhidos em grandes quantidades e levados para os mercados de Inverness e Aberdeen para serem exportados para os destiladores de gim holandeses. As bagas também são usadas para dar sabor a outras bebidas alcoólicas, como uma cerveja sueca e uma bebida semelhante à cerveja francesa chamada “genevrette” feita de quantidades iguais de bagas de Zimbro e cevada.

Características do Zimbro

As notas antissépticas de pinho são supostamente do hidrocarbonato alfa-pineno, que formam entre 40 e 45% das moléculas de aroma do Zimbro. Sabinene, outro hidrocarbonato, é a segunda molécula mais comum (cerca de 5-15%). Outras moléculas incluem Lemonene (4-5%), Farnesene, que dá uma nota floral (cerca de 5%) e Borneol e suas notas amadeiradas (cerca de 5%), para citar alguns. Cada molécula tem aromas únicos que dependem das percentagens totais que possuem e a sua combinação resulta em pequenas variações ao nariz final. Como o nosso enólogo e diretor de produção da Cobalto cita:

“os aromas de Zimbros são o que determinam imperativamente o sucesso de alguns gins, devido aos traços singulares que cada espécie de Zimbro tem como é o caso do Gin Co-17 (Cobalto), do gin The Wizard Blue e do gin The Wizard Gold.”

Se o aroma de cada tipo de Zimbro tem um impacto tão grande na nossa perceção do sabor, e pode variar e alterar as nossas avaliações da composição geral, imagine as possibilidades infinitas que tem cada vez que troca a variedade de Zimbro ou usa Zimbro de outra região. Por isso, a destilaria Cobalto, testa e trabalha bagas de Zimbro de diferentes países e até diferentes regiões de um país nos seus gins, sempre de forma a ter a melhor qualidade de Zimbro nos gins da gama Cobalto.

Os cuidados que aconselhamos os destiladores amadores a ter feitoria do seu gin

A produção artesanal da destilaria de Tabuaço tem como base a escolha de Bagas de Zimbro premium para criar uma gama de gins irreverentes e para todos os gostos e palatos. Desde o Co-17 ao The Wizard Blue by Cobalto até à mais recente criação da Cobalto o The Wizard Gold by Cobalto. 

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